GRATIDÃO. Grilhões. Correntes. Hoje mais uma corrente se rompe.
A dor da lagarta na hora do rompimento do casulo. Só quem escravo consegue saber a dor que muitos escrevem a respeito da LIBERDADE. Mas, quem nasceu escravo não conhece outra forma de existência E se ao liberto o que fazer então, VOAR. Neste momento volto numa outra situação. Num quarto de hospital, um ente querido acaba de falecer chamo as enfermeiras e, o choque é visual. O desligamento dos aparelhos que estavam ajudando a mantê-lo vivo não são mais necessários. Sabe, a dor da perda de algo ou alguém que você achava, acreditava poder reter por toda a sua vida. Fazia parte dela, se foi. O vazio é grande, profundo e doído, amargo. Grilhões. Quantos mais existem em minha, na sua vida. O romper é doloroso e instantâneo, muitas vezes inesperado. Uma surpresa. Estejamos atentos e preparados porque quando todos forem libertos a borboleta sai e VOA. O casulo
rompe e a dor fica no passado. Novas dores virão mas, a borboleta é leve e tem asas. Usemos a imaginação e VIVA, VIVA finalmente livres. Gratidão.
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Rompendo grilhões
Após a catarse. Esse momento de ferida exposta, sangrando, mal cheirosa e que até aquele libertador momento me aprisionava, me limitava e me fazia ser intensa na medida errada. Foi sangrando que odiei aqueles que me esfaquearam, aqueles que
me roubaram a infância, a juventude e a vida adulta. Sim, uma criança traumatizada e lembrada constantemente da sua culpa, pode ter a idade cronológica que for, não consegue, não tem coragem de olhar para aquela ferida fétida. No momento que odiei aqueles que acreditava tanto amar, me libertei.
Hoje sou muito grata a eles e a dor que me causaram e não choro mais. Vibro de alegria e gratidão e amor por todos que ao meu lado estiveram por todos estes 59 anos. Sim, é verdade, na dor que devagar, muito devagarinho fui olhando a ferida, e vendo os meus próprios erros, os exageros infantis cometidos. Sou grata por crescer e com o ensinamento saber hoje dosar o meu amor, o meu tempo, o meu sim e principalmente DIZER NÃO.
Agora chega. Preciso andar sozinha, leve, sem os grilhões que me aprisionaram e as
lembranças do passado são feridas cicatrizadas com suas marcas, minhas rugas e EU agora livre e feliz.
GRATIDÃO.
Após despertar
Oi. Hoje acordei com vontade de fazer algo brilhante. Fazer a diferença ou algo diferente. Percebi que era uma coisa qualquer para me agradar. Ops, desculpa, ops me agradar? Como? Pois é. Percebi nos meus pensamentos e falando comigo mesma, qual a ultima vez. Ou única vez que fiz algo somente pensando em mim ou simplesmente para meu próprio deleite. Estou com 58 anos e desde sempre estive envolvida com alguém. Preocupada em agradar ou servir alguém. Ou simplesmente fugir de mim mesma. Evitar confrontos, brigas , disputas. pois bem, ninguém chega nesta idade sem ter lutado e perdido ou conquistado. Vai aí meu algo diferente hoje. Quais foram exatamente as minhas lutas feitas diariamente. Minhas que eu digo de maneira consciente quase ouso dizer que estive dormindo ou imaginando guerras inexistentes. Vim de uma família prospera e nunca me deixaram faltar coisa alguma. Pude estudar e me casei na hora que bem entendi. Quem é esta pessoa que acordou hoje. Catarse. Meu mantra atualmente. Seu significado; PURIFICAÇÃO, EVACUAÇÃO, PURGAÇÃO. Quando mágica diria que vem da alma. Momento difícil e traumático que desencadeia em você diversos tipos de situações. Principalmente de fundo psicológico e totalmente bem guardado no fundo de sua psique e no meu caso no fundo de minha alma. Pois bem passados três meses de um momento bastante traumático sinto como se uma casca de ovo tivesse se rompido e como no mito da caverna vi a luz. Não totalmente para minha sorte. Ela está vindo aos poucos. E este brilho, esta vontade de brilhar ou de fazer a diferença reside somente no desejo recém descoberto de me amar verdadeiramente e egoisticamente para de maneira clara e sincera poder agora no momento de servir ou agradar a outro eu o faça brilhantemente. Namastê.
Os passos
Os caminhos que a vida nos leva a escolher. As escolhas que fazemos e as consequências que colhemos. O amor que distribuímos e resgatamos no decorrer deste caminhar. Qual a quantidade certa deste dar, quais pessoas e situações. O nome certo é amor ou atenção, resposta ou prisão. Os passos certos, firmes, cambaleantes e inseguros. Não adianta fugir a vida te cobra de qualquer forma até na ausência, no calar que consente.
2020 ano que chegou e vai passar. Mas. Acordamos ou continuamos dormindo e não vendo o quanto temos a fazer. Os passos não mais importam se são firmes mas devem ser feitos indo ao encontro do novo, do outro, de si mesmo na certeza agora, com olhos bem abertos, doa a quem doer, doa até mesmo na nossa própria carne porém, os passos serão dados rumo ao futuro prometido de seres mais conscientes de sua ação. De quanto ela é importante e necessária.
O amor. Voltando a ele. Uma palavra tão pequena porem, bastante dúbia. Você não acha? Quando tomamos posse deste chavão, estamos sendo levianos. Quando usamos com sentimento o quão profundo estamos indo. Lembre situações na sua vida que lhe deram a certeza de sentir, de aceitar na proporção certa de dar e receber. Eu te dei o que podia e sabia dar, mas, você compreendeu isso, você percebeu, sentiu o quanto de esforço ou necessidade haviam neste ato. Percebeu e sentiu a real intenção nele colocada. As vezes um simples olhar. Outras, um leve tocar. As vezes o parir o filho, não existiu momento mais belo, mais completo e maravilhoso. Vivo e vivi este momento de amor que é único e perfeito. Posso até buscar outros em minhas memórias, mas, este foi único. Obrigado Nathan.
Falando em ler. Temos nesta pandemia procurado a companhia dos livros. E que bela companhia. Mas, me ative a um detalhe. As dedicatórias iniciais e hoje gostaria de comentar sobre os agradecimentos finais. Por que isso agora. Bem, a palavra gratidão está bem na moda por estes dias e agradecimentos finais chamaram a minha atenção. Quem criou este adendo nos compêndios. Por quais razões eles existem. Reconhecimento, obrigação legal, necessidade. Na nossa vida, no livro da nossa vida quantas pessoas agradecemos por estar ou chegar aqui. Um simples reconhecimento do fato. Simples assim. A corrente do bem, aquela que nos puxa pra cima ou nos derruba e nos obriga a levantar para continuar, a esta que nos derruba ou derrubou, ui ui quanto nos machucou. Mas, nada é por acaso. Vamos aprender a enxergar direitinho. Derrubaram ou deixamos nos derrubar. Derrubaram ou permitimos nos derrubar. Prestemos atenção e sejamos gratos. Nesta não cairemos mais e obrigado por me ensinar. E que venham novos tombos.